

Veja como implementar práticas sustentáveis e garantir o destino correto desses materiais
A gestão de resíduos em condomínios vai muito além da separação entre lixo seco e orgânico. Com o aumento do consumo e a diversidade de materiais utilizados no dia a dia, torna-se cada vez mais necessário olhar com atenção para os resíduos especiais.
Para os síndicos, entender o que são esses resíduos, como manejá-los e como engajar os moradores nesse processo é um passo fundamental para promover a sustentabilidade, evitar multas e garantir um ambiente mais saudável para todos.
O QUE SÃO RESÍDUOS ESPECIAIS?
Resíduos especiais são materiais que exigem tratamento ou descarte diferenciado, seja por conterem substâncias tóxicas, serem recicláveis de difícil separação, ou por não serem processados nos sistemas tradicionais de coleta urbana.
Entre os mais comuns nos condomínios estão: equipamentos eletrônicos (celulares, carregadores, TVs), lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, cápsulas de café, óleo de cozinha usado, medicamentos vencidos, restos de obras e reformas e roupas usadas ou danificadas.
Esses itens, quando descartados incorretamente, comprometem o meio ambiente e a saúde pública, além de sobrecarregar os sistemas de coleta municipal.
A RESPONSABILIDADE DO CONDOMÍNIO E DO SÍNDICO
O condomínio não é obrigado, por lei, a realizar coleta especial, mas pode — e deve — atuar como agente facilitador, oferecendo orientação, organização de pontos de coleta e parcerias com empresas e programas de reciclagem.
O síndico tem um papel estratégico: informar os condôminos, criar campanhas educativas, e estruturar espaços internos para o armazenamento temporário desses materiais. Essa atitude demonstra responsabilidade ambiental e fortalece a imagem positiva da gestão condominial.
TIPOS DE RESÍDUOS E COMO DESCARTÁ-LOS CORRETAMENTE
1. Eletrônicos
Celulares, baterias, cabos, computadores e pequenos eletrodomésticos contêm metais pesados e componentes reutilizáveis. Devem ser levados até ecopontos ou campanhas de coleta específicas;
2. Lâmpadas fluorescentes
Por conterem mercúrio, precisam de descarte cuidadoso. Existem empresas e programas (inclusive em lojas de materiais de construção) que recolhem essas lâmpadas para reciclagem;
3. Pilhas e baterias
Nunca devem ser jogadas no lixo comum. Supermercados, bancos e lojas de eletrônicos costumam ter coletores próprios;
4. Cápsulas de café
Apesar de pequenas, contêm plástico e resíduos orgânicos. Alguns fabricantes, como Nespresso e Três Corações, oferecem programas próprios de reciclagem e pontos de coleta;
5. Óleo de cozinha usado
Despejar na pia ou vaso sanitário pode entupir encanamentos e contaminar a água. O ideal é armazenar em garrafas PET e entregar em pontos de coleta que transformam o óleo em biodiesel ou sabão;.
6. Medicamentos vencidos
Farmácias com programa de logística reversa recebem medicamentos vencidos ou não utilizados. Não descarte-os em lixo comum nem no esgoto;
7. Restos de obras e reformas
Não devem ser colocados na lixeira do prédio. O ideal é contratar empresa especializada ou levar aos ecopontos da cidade. Alguns municípios têm programas gratuitos de recolhimento mediante agendamento;
8. Roupas usadas
As que ainda estão em bom estado podem ser doadas. Já as inutilizáveis devem ser encaminhadas para pontos de reciclagem têxtil. Lojas de roupas e ONGs também realizam esse tipo de coleta..
COMO IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE DESCARTE EFICIENTE NO CONDOMÍNIO
Abaixo estão algumas ações práticas que o síndico pode adotar:
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Criar um ponto de coleta interno: destine um espaço no condomínio para o armazenamento temporário de resíduos especiais;
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Firmar parcerias com programas de logística reversa: empresas e instituições oferecem coleta gratuita ou facilitada de diversos materiais;
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Promover campanhas de conscientização: envie comunicados, use o mural do condomínio e promova ações educativas para moradores e funcionários;
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Estabelecer um calendário de coletas periódicas: datas específicas ajudam na adesão dos moradores e evitam o acúmulo desnecessário de resíduos;
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Treinar a equipe de limpeza e portaria: para orientar os moradores e identificar descartes indevidos.
O descarte correto de resíduos especiais não precisa ser complicado, mas exige informação, organização e engajamento. Com ações simples, é possível transformar o condomínio em um exemplo de responsabilidade ambiental.